Rio - A guerra da Polícia Civil este ano é
contra um inimigo desarmado, que não está na lista dos mais perigosos
do Rio e que há anos a instituição tenta combater, mas sem sucesso: o
bico. Há oito meses à frente da Chefia de Polícia Civil, Allan
Turnowski elegeu o fim do segundo emprego do
policial como sua meta para 2010, e já prepara uma nova escala para que um número maior de agentes possa trabalhar todos os dias.
A primeira turma a estrear a nova forma de atuação da instituição será
a de 460 inspetores. Eles começam a trabalhar em fevereiro. “Eles não
fazem o bico, por isso dá para colocá-los para trabalhar todos os dias.
Vamos provar que essa escala é possível”, afirmou Turnowski, garantindo
que um planejamento para toda a Polícia Civil já está em elaboração.
“Não posso simplesmente tirar o trabalho externo. Preciso pagar por
isso. A gente está trabalhando duro para isso”, assegurou ele, que fez
um balanço de sua gestão e contou ainda quais são seus outros planos
para 2010, quando poderá deixar o cargo. Perguntado sobre a marca que
quer deixar de sua administração, disse: “Quero que o policial tenha
orgulho de dizer que é policial civil. Se conseguir isso, já estou
satisfeito”.
O DIA: Qual a meta da Polícia Civil para 2010?
Allan Turnowski: – É a compra do bico. A mudança de escala, a
exclusividade dos policiais na função policial. E para isso, a gente
tem que conseguir pagar esse dinheiro que ele faz fora, para não faltar
o leite que ele já conta, o colégio e o plano de saúde que ele já paga.
O governador (Sergio Cabral) já deu aumento. A meta é essa: melhora de
salário para ser exclusivo. Assim dá para praticamente sobreviver com
os policiais que temos hoje.
Mas como isso será feito?
Está sendo estudado. A gente está trabalhando duro nisso. Hoje, a gente
trabalha com 80% do efetivo no plantão, e 20% no expediente. A ideia é
inverter isso. É colocar 70% dos policiais para trabalhar todos os
dias, e 30% no plantão. Não é simplesmente só colocar o policial para
trabalhar todos os dias. É um projeto maior. É mostrar ao policial a
importância disso. A Polícia Federal, o Ministério Pública, o
Judiciário trabalham assim. Se a gente quer falar que é polícia
judiciária, tem que trabalhar no mesmo ritmo deles. Só que isso demanda
uma série de questões estratégicas. Extraída do "Dia online"
Uma idéia boa e correta sim. Porém um tanto utópica, veja bem, pagar bem um policial que tem um dos piores salários do país com um aumento de 5%. Temos que lembrar que o policial fazendo bico, ganha bem mais do que seu salário de Policial, ou seja, para que não tenha mais necessidade de fazer bico, ele teria que ter um aumento de mais de 100%, não teria, ou eu estou errado? Infelizmente nosso Governo não pensa assim e acredito que se depender dele para que profissionais de Segurança pública tenham um pouco mais de dignidade, será difícil se chegar ao ponto de dizer que tem orgulho de ser um POLICIAL. Sei que se dependesse apenas de nosso CMT da PMERJ, quanto do Chefe da PCERJ, hoje essas instituições seriam bem melhores, tendo em vista seus ideais em valorizar os profissionais que lá estão, mas infelizmente uma andorinha só não faz verão. OBS: O Policial faz bico, não é porque ele quer, é porque ele depende disso para viver, porque com o salário que recebe, não dá nem para suas necessidades básicas. Triste realidade aqui no Rio de Janeiro. Realmente o Srº Delegado de Polícia e Chefe desta, Allan
Turnowski, tem total razão em dizer que a Policia Federal, o Ministério Público e o Judiciário trabalham todos os dias, no expediente, porém esqueceu de mencionar a grotesca diferença salarial dessas categorias para com a PCERJ, BMERJ e PMERJ.
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